sábado, 31 de julho de 2010

Apena O Fim?



O filme conta a historia de dois alunos de cinema, Adriana (Érika Mader) e Antonio (Gregório Duviver). A Historia começa quando Adriana resolve fugir, mas antes disso, ela vai até Antonio seu namorado, e decide terminar a relação.
O legal do filme são as influencias utilizadas, indo de Nick Hornby (Alta Fidelidade), Kevin Smith (O Balconista), Cameron Crowe (Quase Famosos), Jamie S. Rich (10 Razões para amá-la), Chinna Major (Blue Monday) e Hopeless Savages (quadrinho indie da Oni Press), entre outras obras que marcaram época e retrataram o espírito de seu tempo.
São discussões entre um estranho casal de jovens que enfrenta aquele período da universidade em que você ainda está em duvida sobre o quanto uma relação é necessária ou não, e se vale a pena continuar. Com espaço de sobra para conversas sobre Cavaleiros do Zodíaco, o desejo de ver Britney Spears pelada. O que Apenas o Fim divide com as obras citadas, mais que as referências, é a vontade de retratar uma geração de brasileiros que foi diretamente influenciada pela cultura pop.
O filme fez o maior sucesso nos festivais do Rio e de São Paulo. Chegando a entrar em exibição em varias salas do circuito sudeste de cinemas.
Vale destacar que Apenas o Fim (2008) levou o premio do publico e uma menção honrosa do júri no festival do Rio, além de outros premios. E que há alguns meses foi lançado em DVD.
Pra quem gosta do cinema brasileiro, e melhor ainda, de filme com roteiro e muita qualidade, eu indico esse. Pois Matheus mostra que filme bom, não precisa ter só explosões. E sim saber contar uma boa historia, mesmo que seja uma simples historia de amor. E caso você leitor quiser conhecer o diretor ou ficar sabendo um pouco mais sobre o filme, entre no site do omelete (endereço na barra a sua esquerda) e assista aos episódios 8.1 / 8.2 e 33 da omeletv, pois o diretor Matheus Souza participa falando sobre o filme, é muito hilário, vale apena.





Abaixo segue o trailer do filme. Então pegue a sua pipoca e tenha uma boa seção.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

The Runaways


Essa é a trilha sonora do filme The Runaways. Que foi sem duvida nenhuma, a banda que influenciou todas as bandas formadas apenas por garotas. Além de contar com algumas musicas da banda. Ainda participam do CD bandas como Sex Pistols, David Bowie, entre outros. E nos aqui do Planeta Alternativo tivemos a oportunidade de assistir ao filme (que ainda não estreou aqui no Brasil), e posso dizer que é muito bom. Conta toda a historia da banda. Seu inicio ensaiando em um trailer apertado, passando pelas turnês e conflitos com o mundo machista do rock na década de 1970. Resumindo, está tudo ali. Não vou entrar em mais detalhes, pra não encher o texto de spoilers. Mas posso adiantar que quem gosta de rock n’ roll de qualidade, tem que assistir a esse filme. Vale muito à pena. Agora com licença, pois a banda voltou para o bis, e não perco de jeito nenhum.

E segue abaixo o trailer do filme:

domingo, 25 de julho de 2010

Fanzines 2.0

Como prometido no post anterior. Onde para quem não sabia o que são fanzines, foi dada uma pequena noção do que são essas publicações. Agora nesse post estarei fazendo a resenha de alguns fanzines que fazem parte da minha coleção.

Começo com um dos primeiros fanzines a surgirem aqui na minha paradisíaca cidade (Jaboticabal, interior de São Paulo). O Estúdio Quartinho, que foi elaborado em 1994 por três amigos aspirante a desenhista. Reno, Nei Rodrigues e Laudo Ferreira Jr.. O zine teve apenas uma edição publicada, mas já dava pra ver que os três tinham muito talento. Quem conhece os editores, sabe que hoje em dia o Laudo possui um estúdio em São Paulo (Banda Desenhada), que conta com outro grande desenhista/arte finalista Omar Vinholi. O Reno vem a algum tempo dando aulas de desenho e há alguns meses montou um estúdio em Ribeirão Preto (Parashock Stúdio), e que você pode acompanhar alguns de seus trabalhos nesse blog: www.parashockstudio.blogspot.com. Já o Nei Rodrigues há um bom tempo nós aqui do Planeta Alternativo, não temos noticias. Se alguém souber algo e quiser, pode deixar um recado dando noticias dele.

Outro fanzine é o Cabal, que foi criado pelo Clodoaldo Cruz em 1999, e que teve 10 edições (0 a 9). O Cabal contava com a participação de vários desenhistas. Dentre eles estavam o Reno, Edgar Franco, Mozart Couto, Julio Shimamoto, Laudo e Omar, Gazy Andraus entre muitos outros. Mas infelizmente assim como o primeiro já citado, acabou sendo cancelado. Espero que um dia ele volte a ser publicado, pois era um excelente fanzine.


Um outro fanzine aqui de Jaboticabal menos cultuado que o Cabal, mas que tem o seu valor em matéria de incentivo a jovens desenhistas é o P.A.! (Planeta Alternativo Fanzine). Que foi criado em 2001 pelos alunos do curso de desenho do Reno (ele mesmo, o do Estúdio Quartinho), que no inicio consistia em publicar os trabalhos dos alunos do curso, mas que com o tempo, poetas e outros desenhistas já conhecidos no meio underground. Começaram a participar das edições. O fanzine era anual e teve um total de 6 edições (0 a 5). E a partir de 2007 os editores deram uma parada nas publicações, mas segundo rumores, parece que agora em 2010, eles retornaram com as atividades. Caso você tenha se interessado, os editores avisam que se podem adquirir edições antigas através do e-mail: planetaalternativofanzine@yahoo.com.br.




Agora saindo um pouco fora de Jabuka, eu destaco a revista Boca do Inferno.com (que para esse post, se encontrava na edição de numero 5). Que nada mais é do que a versão gráfica do site de horror WWW.bocadoinferno.com. Qual a razão de se fazer o review dela junto ao assunto sobre fanzines? É que para mim, apesar de ser publicada com uma ótima qualidade gráfica, ela não passa de um fanzine. Não quer dizer que a publicação seja ruim. Ela serve para mostrar que hoje em dia, os fanzineiros procuram melhorar as suas publicações. Se utilizando de todos os recursos disponíveis a mão. A revista conta com três editores: José Salles, Renato Rossatti e Marcelo Milici. E quem se interessou em adquirir as publicações, entre em contato pelo e-mail: smeditora@yahoo.com.br ou vá ao blog WWW.jupiter2editora.blogspot.com.br.

Bom fica ai a dica pra quem quiser publicar o seu fanzine ou simplesmente conhecer o mundo dessas publicações feitas por fãs de todas as mídias.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Fanzines 1.0


O que é Fanzine?
De um modo geral o fanzine é toda publicação feita pelo fã. Seu nome vem da contração de duas palavras inglesas e significa literalmente 'revista do fã' (fanatic magazine). Alguns estudiosos do assunto consideram fanzine somente a publicação que traz textos, informações, matérias sobre algum assunto. Quando a publicação traz produção artística inédita seria chamada Revista Alternativa. No entanto, o termo fanzine se disseminou de tal forma que hoje engloba todo tipo de publicação que tenha caráter amador, que seja feita sem intenção de lucro, pela simples paixão pelo assunto enfocado.
Assim, são fanzines as publicações que trazem textos diversos, histórias em quadrinhos do editor e dos leitores, reprodução de HQs antigas, poesias, divulgação de bandas independentes, contos, colagens, experimentações gráficas, enfim, tudo que o editor julgar interessante.
Os fanzines são o resultado da iniciativa e esforço de pessoas que se propõem a veicular produções artísticas ou informações sobre elas, que possam ser reproduzidas e enviadas a outras pessoas, fora das estruturas comerciais de produção cultural.
O que não é Fanzine!
Obviamente as revistas profissionais que são vendidas nas bancas não são fanzines. O principal fator de diferenciação é uma conseqüência do fato de terem grandes tiragens e darem lucro. A revista profissional é feita em função de um mercado preexistente. Como precisa vender para se sustentar, a revista profissional tenta oferecer aquilo que uma parcela do público leitor quer, ou seja, a revista profissional é feita em função do leitor. O fanzine, ao contrário, é a forma de expressão do editor, ou grupo de editores. O que define a pauta do fanzine é aquilo que seu editor deseja compartilhar com seus leitores. O fanzine é caracterizado pela independência do editor. E uma das garantias desta independência é que muitas vezes o editor mantém o fanzine arcando com seus prejuízos.
Outra característica do fanzine é que este está intimamente ligado à atividade cultural, à sua divulgação e ao prazer de se estar envolvido nela. Os fanzines podem ser de música, poesia, cinema, quadrinhos, literatura etc. Não são fanzines os diversos boletins e informativos de associações comerciais, de ordens religiosas, de organizações e empresas diversas, mesmo que muitas vezes estes boletins sejam mantidos dando prejuízo.
Fanzine é revista, ou seja, uma publicação impressa em que cada leitor pode ter seu exemplar, como denota o 'magazine' que forma seu nome. Atualmente, com o desenvolvimento da tecnologia, a palavra fanzine já está sendo usada em trabalhos que não estão na forma de revista, mas que trazem o tipo de material encontrado nos fanzines impressos. É o caso de páginas na Internet ou CD-ROMs que são chamados de fanzine eletrônico.
Quando começou?
No Brasil, o primeiro fanzine de que se tem registro é o Ficção, criado por Edson Rontani, em Piracicaba (SP), em 1965. Nesta época usava-se o termo "boletim" para designar as publicações amadoras, o termo fanzine só começou a ser usado a partir de meados da década de 70. A motivação de Edson Rontani foi manter contato com outros colecionadores de revistas de quadrinhos para venda e troca de revistas. Mas já no primeiro número, Edson coloca diversos textos informativos e uma importantíssima relação das revistas de quadrinhos publicadas no Brasil desde 1905.
Por que fazer Fanzine?
Há vários motivos que levam uma pessoa a fazer um fanzine. O motivo que está na origem do surgimento do fanzine é o fato da pessoa ser fã de algum assunto (um personagem de HQ, um ídolo de cinema etc) e querer manter contato com outros aficionados. Às vezes, a iniciativa começa com a criação de um fã-clube que depois produz um boletim. Muitas vezes o editor deseja compartilhar com outros interessados o material de sua coleção. Alguns autores desejam divulgar sua própria expressão artística e o fanzine é o veículo. Muitas vezes, o autor não tem intenção de aumentar sua tiragem, mas sim produzir apenas para um círculo de amigos que tem interesse naquele tipo de manifestação artística. Outros autores buscam a profissionalização e o fanzine é o meio de mostrar seu trabalho para outras pessoas ou para os editores profissionais, e ao mesmo tempo um estímulo para produzir e aprimorar o trabalho. Em resumo, o editor precisa ter algo a dizer e a disposição para materializar este desejo na forma de fanzine, e contatar outras pessoas com interesses comuns.
Como fazer?
A produção de um fanzine abrange as etapas que começam com a iniciativa de editar, passa pelo trabalho de definir linha editorial, conseguir o material a ser editado, manter contato com colaboradores, montar a edição, conseguir a impressão, até chegar ao resultado final que é a edição impressa. A elaboração dos originais da edição depende principalmente da visão do editor, sua capacidade de criar, de contatar outros criadores, de organizar todo o material disponível. A edição será reflexo da formação cultural do editor. Todo tipo de material é válido para compor a edição (HQs, poesias, contos, fotos, ilustrações, colagens etc). Obviamente, o resultado também dependerá dos recursos materiais que o editor tiver disponíveis, como máquina de escrever, computadores, scanners etc, mas estes não são os ingredientes mais importantes na feitura da edição. O que caracteriza primordialmente um fanzine é a personalidade que seu editor lhe imprime.
Álbum pode ser Fanzine?
Embora, de um modo geral, os fanzines sejam edições mais modestas quanto à forma, pois dificilmente seu editor tem recursos financeiros para custear edições mais caras, regularmente aparecem verdadeiros álbuns no meio independente. A apresentação com alta qualidade gráfica não descaracteriza o fanzine, pois continua sendo uma edição feita com espírito independente.
Há pirataria em Fanzine?
Uma característica bastante presente nos fanzines é a republicação de material de outras publicações. A maior incidência é de histórias em quadrinhos antigas retiradas de revistas das décadas passadas, histórias em quadrinhos estrangeiras não publicadas no Brasil, textos e reportagens tirados de revistas, livros e jornais antigos ou atuais etc. Esta atitude poderia ser chamada de pirataria, e muitos editores até se referem a ela por este nome, pois o termo tem um apelo romântico desde os romances de corsários de séculos atrás. Assim o nome "pirata" tem aparecido em títulos de fanzines, nomes de seções e mesmo em pseudônimo de editor. No entanto, para desilusão dos românticos, esta atitude dos editores não tem nada de contravenção. A edição de fanzines não é uma atividade em que o editor, ao republicar material de autoria de outros, estivesse obtendo benefícios à custa destes trabalhos. Pelo contrário, são raros os fanzines em que a receita consiga alcançar a despesa, sendo que muitas vezes a distribuição dos exemplares é gratuita para um círculo de amigos. O que move o editor de fanzine é o desejo de compartilhar com outras pessoas todo tipo de material a que teve acesso e que considera importante a divulgação a outros interessados. Dentro deste espírito, muitas vezes o editor realiza verdadeiras expedições arqueológicas para trazer a público, ainda que infelizmente a um público muito reduzido, verdadeiros tesouros perdidos em publicações há muito esquecidas. O ponto central da questão é que os fanzines, de forma desinteressada, têm feito um serviço de resgate e difusão de aspectos da cultura muitas vezes negligenciados tanto pelas empresas editoras quanto pelos órgãos governamentais.
Qual a importância dos fanzines?
A primeira e maior importância dos fanzines é a cultural. Ou seja, os fanzines, de um jeito ou de outro, em maior ou menor grau, serão incorporados à cultura brasileira. Também é importante para a formação e amadurecimento de artistas. Nos aspectos crítico e informativo, a liberdade criativa dos fanzines permite a veiculação de trabalhos mais isentos e com maior profundidade. Muito importante é a iniciativa de resgate de trabalhos e autores brasileiros e estrangeiros feito pelos editores de fanzine. A inexistência de um mercado profissional estável para o quadrinhista brasileiro desestimula tanto a produção dos artistas já maduros quanto o desenvolvimento de novos talentos na área. Os fanzines têm promovido, mesmo que de forma bastante limitada, a produção de quadrinhos brasileiros através do incentivo da publicação, mesmo não remunerada e de alcance restrito. Por fim, são também importante a satisfação pessoal dos editores e colaboradores de estarem divulgando seus trabalhos, ou a ampliação de amizades entre os que participam desse mundo dos fanzines.
Qual a qualidade dos fanzines?
A avaliação de fanzines não pode ser feita usando os mesmos critérios usados para avaliar trabalhos veiculados nas publicações profissionais. Muitas vezes o fanzine é uma obra extremamente pessoal, feita seguindo diretrizes muito próprias do editor e dirigida a um grupo específico de leitores. Com tantas especificidades, a obra está fora da capacidade de apreciação de quem não pertença ao grupo. Em alguns casos, o Fanzine é resultado da expressão de pessoas muito jovens, cujos trabalhos não têm maturidade artística, e não seria honesto avaliá-los pelos mesmos critérios usados nos trabalhos profissionais. Ao contrário, a atitude a ser tomada em relação a quem está procurando achar seu caminho artístico, aprendendo e evoluindo, deve ser de orientação e principalmente incentivo. Há, contudo, no meio independente, artistas completos, produzindo trabalhos que resistem à avaliação segundo critérios profissionais, tanto que uma parcela significativa das melhores HQs e revistas produzidas no Brasil nos últimos trinta anos se encontram no meio independente.


Quem é o autor do texto?
EDGARD GUIMARÃES colabora com fanzines desde 1979 com textos sobre quadrinhos, cartuns, ilustrações e HQs. Em 1982, lançou o primeiro número de seu fanzine PSIU. Nos anos seguintes publicou outras edições como PSIU Mudo, Deus, Eco Lógico, os livretos Na Ponta da Língua e O Escroteiro Entrevistado (em parceria com Laudo), os livros Rubens Lucchetti & Nico Rosso e Desenquadro. A partir de 1993, começou a editar junto com Worney A. Souza o Informativo de Quadrinhos Independentes (Q.I.), de divulgação de fanzines.
Fez palestras e participou de debates sobre fanzines e HQs em eventos em Curitiba, Piracicaba, Araxá, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Santos, Recife e Belo Horizonte.
Recebeu o Troféu Risco pelo 'Melhor Fanzine Especial' em 88, o Prêmio Jayme Cortez, de incentivo aos quadrinhos, em 93, 94, 95, 96 e 99, e o Troféu Angelo Agostini de 'Melhor Fanzine' em 95, 96, 97 e 99.
Participou do livro As Histórias em Quadrinhos no Brasil - Teoria e Prática, com texto teórico sobre fanzine.

Essa é uma pequena introdução sobre o que são fanzines. No próximo post estarei fazendo resenhas sobre alguns fanzines. Então não percam!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Duas Cidades, Duas Histórias







Quando pensamos em uma revista onde existam heróis com super-poderes, logo lembramos em X-MEN, Vingadores e as demais revistas que existem no mercado. Mas existe uma que poucos conhecem ou ouviram falar, e que por sinal é muito boa. Astro City, isso mesmo, parece nome de seriado americano, mas não é. Com relação aos heróis super-poderosos, Astro City é quase igual as demais. Seu diferencial fica por conta de como os personagens são trabalhados. O roteirista Kurt Busiek consegue fazer de uma simples visita a uma cidade repleta de super-seres em uma experiência marcante. Ta bom, até ai vocês diriam que não tem nada de novo. O que em minha opinião diferencia Astro City das outras HQ’s de supers, é que as tramas são muito bem elaboradas, não deixando perguntas no ar e muito menos inserindo personagens do nada, apenas para encher as paginas e dar trabalho para os desenhistas. E mesmo não acompanhando todas as historias que já foram publicadas, é fácil de entender o que está acontecendo na série, pois os arcos são fechados. Alem disso Kurt criou um universo rico em personagens, e apesar de alguns serem parecidos com personagens já conhecidos, existem outros que nunca passaram pela imaginação de qualquer roteirista, e se passou, não foram aproveitados até agora.

Um dos personagens que mais desperta a curiosidade de como ele foi criado ou o que levou Kurt a criá-lo, é o Cavalo de Ferro, que data do século 19 e é considerado o primeiro herói a aparecer em Astro City.

Recomendo Astro City para leitores e fãs de quadrinhos com qualidade, que não agüentam mais verem personagens morrerem e resulcitarem ou serem salvos misticamente todos os meses nas demais publicações. Porque em Astro City, personagem morto fica morto. Outro ponto positivo fica a cargo dos desenhos que são feitos por Brent Eric Anderson e algumas capas que são assinadas por Alex Ross.

Você esta deixando Astro City, dirija com cuidado.



O outro destaque é Local – Ponto de Partida, que vem de contra a Astro City. Enquanto o primeiro destaque vem lotada de super-seres. Local nos mostra a vida de Megan McKeenan, personagem criada por Brian Wood (Ex-Machine / DMZ). Nela vemos como Megan enfrenta as alegrias e desilusões do dia-a-dia enquanto cresce e vai amadurecendo.

Brian ainda nos leva a um passeio pelos Estados Unidos, mas não para visitar marcos histórico ou ponto turísticos conhecidos, ele nos mostra locais mais interessantes, locais que pessoas comuns freqüentam todos os dias e não se dão conta das historias que eles guardam, lugares ou momentos que fizeram parte de nossas vidas, assim como na vida de Megan, e que às vezes esquecemos. Contando com os desenhos de Ryan Kelly (Lúcifer), a viagem fica ainda melhor.

Local é um encadernado contendo as seis primeiras historias, e conta também com um material extra onde podemos ver esboços do desenhista Ryan, assim como comentários dos dois sobre as historias. O mais interessante é que conforme a serie foi sendo publicada nos EUA, os fãs enviavam desenhos dos personagens, e alguns também fazem parte do encadernado.

Este é Local – Ponto de Partida, uma HQ que mostra que bons roteiros não necessitam de super-seres.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Brian Azzarello Detona!






Loveless: Terra Sem Lei é, a mais nova criação do roteirista Brian Azzarello (Hellblazer / 100 Balas) juntamente com o desenhista Marcelo Frusin (Hellblazer). Que para mim está ao nível de 100 Balas. Um dos melhores faroestes que já tive o prazer de ler. Brian mostra toda a crueldade e corrupção que existia nessa época. Esse é o primeiro arco, chamado de De Volta Pra Casa. E que conta a historia de Wes Curtter, um ex-soldado que vislumbrou os horrores da guerra civil americana, e que volta para casa a procura de sua esposa Ruth. Uma mulher atormentada e dona dos seus próprios segredos. Bem ao estilo de Bonnie e Clyde, os dois vão rasgar o oeste, se utilizando de todas as artimanhas para conseguir a única coisa que sempre escapou de seu alcance, a paz. E tudo isso contando é claro, como já foi apresentado, com os ótimos desenhos do Marcelo Frusin.
Um ponto muito bom, é que a Panini Comics publicou esse arco em um encadernado. O que eu gosto muito, pois você consegue acompanhar o arco completo. Sem ter que gastar muito e o melhor, sem ter que esperar o mês seguinte para ler a próxima parte. Então se você caro leitor, gostou de 100 Balas, dos roteiros de Azzarello em Hellblazer e se ainda é fã dos desenhos do Frusin.
Loveless é a serie que você deve acompanhar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

O Imortal Punhos de Ferro





“Existiram sessenta e seis homens e mulheres para carregar o manto do imortal Punho de Ferro ao longo dos tempos. Homens e mulheres de grande coragem, valor, habilidade e dedicação. Sessenta e seis homens e mulheres que se colocavam ante o homem e incontroláveis forças do mal, dispostos a dar tudo de si para conter as hordas. Está é a historia de um deles, conforme contada no livro do Punho de Ferro.”



Daniel Rand é o mais novo punho de ferro, e isso não quer dizer que a sua vida passa a se tornar mais fácil. Rand tem que enfrentar tantos desafios aqui no meio de nossa sociedade arcaica como em seu país natal Kun Lun. A revista conta com os roteiros de Ed Brubaker (Capitão América) e Matt Fraction (Justiceiro: Diario de Guerra) e com desenhos de David Aja (Wolverine Anual 1) e vários outros desenhistas convidados. Punho de Ferro conta com 16 edições e dois especiais que foram publicados pela Editora Panini em três encadernados, sendo Marvel Apresenta 35, 43 e 45. Onde Brubaker e Fraction contam toda a história de Daniel Rand, desde a sua conturbada infância ao lado de Orson Randall, passando por sua “formatura” em Kun Lun até o seu embate final com Xao, uma dos integrantes da Hidra. E alem das historias de Rand, os encadernados contam com outros contos de alguns lutadores que se tornaram o Punho de Ferro e, que antecederam Daniel Rand. Para mim ele é um dos melhores personagens da Marvel. Que infelizmente como muitos outros, são mal aproveitados. O imortal Punho de Ferro, uma das melhores historias que a Editora Marvel já publicou recentemente, vale a pena ler.

sábado, 10 de julho de 2010

Chutando Trazeiros





Você já pensou, se o seu vizinho ou o seu melhor amigo, ou aquele nerd colega seu de escola resolvesse colocar um collant e sair pelas ruas de sua cidade enfrentando criminosos de todas as espécies, ou salvando pessoas de incêndios. Bom isso é o que Mark Millar e John Romita Jr. nos mostram em Kick-Ass. Revista esta criada pelos dois, ela faz uma homenagem não só as revistas de quadrinhos, mas aos fãs que de uma maneira ou de outra se identificam com os personagens criados por gênios como Bob Cane, Stan Lee, Jack Kirb entre outros. O enredo trata de pessoas comuns como você e eu, se aventurando a resolver problemas onde nossas autoridades ficam de mãos atadas por nossa justiça ser completamente arcaica. Pois quem nunca pensou em estudar artes marciais e acabar com um assalto como o Batman ou o Luke Cage. Ou aprender pacur, vestir um collant vermelho e sair pulando de prédio em prédio, correndo por vielas dando um cacete em ladrões, assassinos ou traficantes. Espera um pouco, Alan Moore já não tinha feito isso com Watchmen anteriormente. Sim, só que Moore faz isso de uma forma mais romântica, ao contrario de Millar que se utiliza da mesma idéia só que usando muito mais violência, deixando de lado o romantismo e a nostalgia, sendo mais direto, e se utilizando da tecnologia que possuímos hoje em dia, onde celulares que em segundos gravam um acontecimento e distribuem em paginas de vídeos, fazendo com que pessoas desconhecidas ganhem seus quinze minutos de fama. E logicamente contando com o maravilhoso traço de John Romita Jr., acho que não preciso falar mais nada a respeito, pois quem não conhece os dois, nunca leu quadrinhos. Essa serie começou a ser publicada nos Estados Unidos no final de 2009. A revista foi lançada aqui no Brasil mais ou menos junto da estréia do filme. Erro da Panini Comics, que assim como ela fez com o Wacthmen, esperou até a ultima hora para lançar o encadernado. O melhor de tudo é que nós aqui do Planeta Alternativo Magazine, já assistimos o filme que conta com a direção de Matthew Vaughn (Nem Tudo É o que Parece, Stardust), e que por intervenção divina, ele não fez como em Stardust. Onde ele acabou com o livro do Neil Gaiman. Muito pelo contrario, o filme ficou superior a HQ. Apesar das mudanças feitas com relação a alguns acontecimentos e principalmente com relação aos figurinos de alguns personagens. Então caro leitor, se você não leu ou não assistiu ao filme, corra atrás, pois depois de Sin City e Wacthmen, essa é uma das melhores adaptações que já foi feita.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Há 20 anos o rock brasileiro se calava!


Personagem do renascimento do rock brasileiro, letrista respeitado pelos fãs da canção popular, ídolo que assumiu publicamente ser portador de uma doença-tabu. Esse cara foi Cazuza, artista sempre lembrado por sua obra no pop brasileiro – e também por sua postura pessoal fora de palcos e estúdios.

Agenor de Miranda Araújo Neto já nasceu com apelido, graças à ascendência nordestina do pai, João Araújo – o termo “cazuza” era sinônimo de “moleque”, no vocabulário do Nordeste. A alcunha se revelou certeira já na adolescência, quando o garoto se mostrava bem mais interessado na vida noturna do Baixo Leblon do que nos estudos. Entre baladas, drogas, mulheres e eventuais encrencas com a polícia, Cazuza decidiu tentar a carreira musical, curiosamente, a partir de uma experiência no teatro – em um papel na peça Paraquedas do Coração, ele tinha de cantar em cena, o que o encorajou a virar vocalista.

Quando o Barão Vermelho – já com Cazuza como cantor e letrista – lançou seu primeiro disco, em 1982, o rock ainda não era um estilo muito popular no Brasil. Depois do deslumbre da Jovem Guarda nos anos 1960, as guitarras haviam ficado relegadas ao circuito underground na década seguinte. O Barão – ao lado de Paralamas do Sucesso, Blitz, Kid Abelha e Lulu Santos – teve a oportunidade de virar esse jogo ao participar da programação do Rock In Rio, em janeiro de 1985, dividindo o palco com estrelas como Queen, Iron Maiden e AC/DC. Deu certo: o rock virou fenômeno de massa no país, e a banda foi um dos símbolos dessa nova era. A imagem que ficou foi a de Cazuza cantando Pro Dia Nascer Feliz na Cidade do Rock no mesmo 15 de janeiro em que Tancredo Neves foi eleito para governar o país, encerrando o regime militar.

Consta que João Araújo – presidente da gravadora Som Livre nos anos 1980 – relutou antes de decidir contratar a banda do filho, temendo eventuais acusações de nepotismo. Na verdade, a principal ajuda paterna já havia sido oferecida em casa: graças ao trabalho do pai, Cazuza conviveu desde cedo com artistas como Caetano, Elis, Gal e João Gilberto e ouviu muito Cartola, Dolores Duran e Lupicínio Rodrigues. Essa parte brasileira na formação do poeta viria a se tornar mais evidente na trajetória solo, iniciada com o disco Cazuza, ainda em 1985, e bem resumida no disco ao vivo O Tempo Não Para, de 1989 – a energia roqueira estava ao lado da sutileza da bossa nova, acompanhando versos como “A tua piscina tá cheia de ratos / Tuas ideias não correspondem aos fatos” e “E se eu achar a tua fonte escondida / Te alcanço em cheio, o mel e a ferida”.

Esse mesmo disco simboliza a agonia pública de Cazuza. Ele fez o show já completamente desfigurado em função da AIDS – havia dois anos que a doença vinha se manifestando, e o artista chegou a dar entrevistas desmentindo que fosse portador do HIV. Bissexual, ele não abandonou o comportamento desregrado – mas sua imagem pública mudou muito em fevereiro de 1989, quando ele assumiu publicamente a condição de soropositivo. O que gerou uma comoção cada vez maior a cada aparição – para receber o Prêmio Sharp para o disco Ideologia (1988), por exemplo, ele estava sentado em uma cadeira de rodas. O álbum duplo Burguesia (1989) é o principal registro sonoro do ocaso do cantor, já quase sem voz para cantar suas próprias letras. Cazuza teve a fama, o sucesso, o amor do público e, com a morte precoce, alcançou o status de mito – como pessoa e como artista, ser exagerado sempre fez parte de seu show.
Fato incontestável é que, quando ele se foi, há 20 anos, deixou uma legião de fãs e um legado personalístico.
Por isso uma programação marca o aniversário de morte do cantor e compositor, 7 de julho. O Multishow, a MTV e a TV Brasil prepararam atrações especiais para a data.
Em Salvador, o destaque é um evento com sede na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris.

domingo, 4 de julho de 2010

Quadrinho Nacional - Raio Negro e Velta


Raio Negro e Velta Nº 2. Esse é o segundo encontro de Velta e Raio Negro. Só que agora eles têm que enfrentar um dos maiores vilões brasileiros (infelizmente não é nenhum dos nossos políticos corruptos, bem que poderia ser!). Trata-se do Garra Cinzenta. Ele mesmo, personagem criado por Francisco Armond e desenhado por Renato silva em 1937. Que para quem não sabe, esse foi um dos personagens com maior tempo de publicação devido ao seu enorme sucesso na época. Chegando a marca de 100 capítulos. O mais impressionante é que o Garra Cinzenta chegou a fazer sucesso até em outros países. Sendo republicado na França, Bélgica e México. As historias do Garra erram de tema policial com toques de ficção cientifica. Alem de conter altos níveis de violência, suspense e terror. Altos até demais para a época, sendo considerada como uma revista de horror e não policial. As historias eram publicadas na extinta Gazetinha que nada mais era do que um suplemento do jornal Gazeta de São Paulo. Sendo que as historias forma publicadas de 1937 a 1939. Tendo mais tarde dois álbuns editados em 1939 e 1940. O que muitos não devem saber, é que Francisco Armond não era o nome verdadeiro do roteirista e criador do Garra. Seu nome na verdade era Helena Ferraz, isso mesmo uma mulher. Mas porque usar pseudônimo? Bom, temos que lembrar que a época era a década de quarenta. Onde o preconceito e conservadorismo eram muito fortes, ou seja, uma mulher escrevendo e publicando quadrinho de natureza tão agressiva, não seriam vistos com bons olhos. Com relação ao desenhista Renato Silva. Alem de desenhar o Garra Cinzenta, ele publicou vários livros com técnicas de desenho. Chamados de A Arte do Desenhar. Então essa revista publicada pela editora Júpiter, é uma homenagem mais do que merecida a um dos maiores personagens brasileiros de historias em quadrinhos. E quem quiser adquirir essa revista ou saber sobre outras publicações da editora Júpiter, segue ai os endereços on-line: WWW.smeditora.blogspot.com.br ou smeditora@yahoo.com.br. Agora é só pedir a sua e se deliciar com mais uma boa publicação nacional.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Will Eisner... Gênio ou Intervenção Divina?


Quando Will Eisner nasceu, Deus disse a ele: “vá e inovai a nona arte”. E foi o que ele fez.
Apesar de ter criado um dos melhores heróis (e fanfarrão diga-se de passagem) de todos os tempos, the Spirit.
Eisner ficou mais conhecido por desenvolver uma forma nova de se publicar quadrinhos. Ele criou as Graphic Novels (Novelas Gráficas). Onde o escritor tem total liberdade de trabalhar, não tendo que se preocupar em quantas edições o seu trabalho irá se transformar. As graphic novels fizeram surgir uma safra boa de grandes roteiristas. Escritores como Frank Miller (Sin City), Alan Moore (V de Vingança) e Mike Mignola (Hellboy) entre outros, que conseguem hoje em dia, realizar obras muito bem elaboradas. Onde o leitor não precisa esperar o mês seguinte para ler mais um pedaço da historia que esta sendo contada.
Esse post é dedicado a opinar sobre HQ’s, boas ou ruins. Mas resolvemos que seria uma injustiça, ou melhor, um sacrilégio falar apenas de um trabalho desse que é considerado um gênio dos quadrinhos. Lembrando que ele foi um dos primeiros artistas a receber uma homenagem em vida, pois o maior premio relacionado a quadrinhos leva o seu nome. Então nós do Planeta Alternativo Magazine prestamos nosso respeito e admiração a esse que é sem duvida um dos maiores escritores e desenhistas de quadrinhos de todos os tempos. E se você que se considera leitor de quadrinhos e nunca leu uma obra de Will Eisner, só tenho uma coisa a dizer: “saia da frente desse computador e leve esse seu traseiro gordo até uma comics shop e adquira qualquer álbum dele, pois eu garanto que vocês irão gostar!”







Alguns álbuns disponíveis para aquisição:
Um Contrato Com Deus / No Coração da Tempestade / O Ultimo Dia No Vietinã / O Nome do Jogo / O Complô / O Edifício / Pequenos Milagres.